quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O que te toca?
Tenho pensado muito nisso ultimamente, até por que esse assunto foi tema de algumas aulas que assisti.
O que mais toca as pessoas a letra ou a música?
Para mim o mais interessante geralmente é o conjunto da obra, não fico prestando atenção se a musica tem ou não letra, ouço a musica,  a melodia, o arranjo, a instrumentação. Algumas vezes a produção musical também me faz gostar de uma musica, assim como, uma boa letra.
Na parte da letra, me refiro tanto a métrica quanto a prosódia, história.
Na parte da musica; melodia, harmonia, arranjo, timbres...
Vivemos em um tempo onde as canções são mais valorizadas, para mim o grande lance é a integração da letra e a musica, você pode escrever a letra mais “triste” do mundo que se a musica for “alegre”, a mensagem chegará truncada ao ouvinte! Eu por exemplo não havia realmente percebido que a música “Meu erro” do Herbert Vianna era uma música triste até ver a versão da Zizi Possi.
Lembro de assistir a um documentário do Earth, Wind & fire, e havia um momento do vídeo em que o Philip Bailey comentava que muitas pessoas chegaram para ele e disseram que no casamento delas haviam usado a musica Reasons, ouça aqui, e ele comenta “  o que? Vocês não repararam na letra?” – a letra trata de um relacionamento de uma noite, falido que não tinha razão de ser ( mais ou menos isso, só desejo) mas a atmosfera da música é de romance total! Por isso as pessoas haviam escolhido casar com aquela música sendo tocada e não necessariamente com alguém cantando a letra, já vi casos opostos que a pessoa gosta da letra da música e não necessariamente da melodia, acho melhor, nesse caso, não dar exemplo!
Na música estrangeira de uma maneira geral, o que chama a atenção de grande parte do publico (aqui no Brasil ) é o arranjo e a melodia ou o clipe, afinal de contas se formos medir a parcela da população que realmente entende as letras sem precisar ler a tradução, veremos que é bem menor do que o numero de pessoas que gostam da música, isso pensando em música com letra em inglês, se pegarmos musicas gregas, alemãs e outras línguas menos difundidas veremos que aumentará bastante esse proporção.
Existe uma máxima na musica que o tom menor é o mais triste mais introspectivo e o tom maior é mais alegre. Isso não é uma verdade absoluta, mas os compositores da música ocidental, de uma maneira geral, utilizam bastante essa técnica para suas obras. Acho que nunca ouvi nada mais denso do que Richard Wagner, lembro de uma vez que fui assistir um concerto e foi executada uma adaptação para piano de um dos movimentos da opera “Tristão e Isolda” do nada eu comecei a chorar ao ouvir aquela melodia, bem, não tinha letra e mesmo que estivesse sendo cantada seria em alemão, e a únicas palavras que sei em alemão são Schumacher, Bayer, Volkswagen ( e mais algumas, com a pronuncia adaptada). Aquela melodia, a forma como o pianista tocou, alguma coisa causou as lágrimas, que não eram necessariamente de tristeza. Depois disso procurei aquela musica para tentar entender o que aconteceu, mas ouvindo a gravação em casa, a música não teve o mesmo efeito lacrimoso!
O Helder da Kundum costuma falar que todos os temas que eu faço são tristes, mesmo os em  tom maior, ainda não sei se considero isso um elogio ou uma crítica, mas tenho uma tendência a ser introspectivo mesmo, e você o que te toca?

Um comentário:

  1. O que me toca são solos de guitarra melódicos e expressivos, executados por mestres como: Steve Morse, David Gilmour, Mark Knopfler, Luciano Soares...

    ResponderExcluir